terça-feira, 27 de julho de 2010

Dias

Há dias que não são dias, apenas um punhado de horas sem sentido. Dias em que o gelado de baunilha deixa de ser o teu preferido e as pessoas se movem mais devagar. Dias sem nome, sem data, sem brilho.
Dias para esquecer, mesmo quando ainda estão a decorrer. Dias de enganos, contratempos e obstáculos. Dias para fugir de noite e esconderes-te de tudo.
Dias em que até a rotina te sai mal, dias que se afastam do resto do ano e não se marcam no calendário da cozinha. Dias em que os passos que dás não ficam marcados na areia e não há trilho se quiseres voltar. Dias em que não sorris, não choras, nem sentes.
Há dias em que fazes estragos mas segues a caminhar e há dias como hoje, em que não parece ser um bom dia.

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