quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Casa da Ilha Graciosa

Hoje lembrei-me dos momentos passados em casa dos meus tios em Ermesinde, quando era pequenita. Passava sempre as férias da escola lá, e adorava, como adorava. Ficava o ano todo à espera de passar aquelas semanas longe de casa, longe dos meus pais, longe dos primos com quem convivia sempre, distante daquilo que via todos os dias. Então lá chegava o Verão e os meus tios vinham buscar-me e levavam-me para o Porto para passar as férias com os meus primos. Primos que eram mais velhos 10 e 7 anos que eu, mas não importava, a diferença de idades nunca impediu que nos divertíssemos, e tanto!!
Eu adorava aquela casa, desde os azulejos azuis na parte da frente até ao som da campainha, tudo era especial. Mas o que eu mais gostava era o cheiro que eu sentia ao entrar, tinha um cheirinho tão bom, tão particular, que nunca senti em mais lugar nenhum.
Gostava tanto das brincadeiras com os meus primos, foi com o meu primo C. que eu aprendi a jogar Mortal Combat no seu computador e Tomb Raider na PlayStation, na primeira, e ali ficávamos horas e horas a jogar, foi com ele que aprendi a fazer truques com cartas, a fazer bonequinhos em barro e a escutar os telefonemas da minha tia no telefone do quarto dele, sem que ela soubesse. Depois havia a I., a minha prima, que me cantava canções para eu adormecer, que me deixava brincar com todos os brinquedos dela e que me mostrava a colecção dos seus bloquinhos de folhas perfumadas, eram tantos, e de vez em quando lá me dava uma folhinha para eu sentir o cheiro tão suave. Mas o que eu mais gostava de fazer com ela era tocar piano, a I. tocava piano. Então ela sentava-me no seu colo em frente ao piano e pegava nos meus dedos como se fossem os dela e tocava, tocava músicas e eu sentia-me como se fosse uma grande pianista, como a I. era.
Havia tantas outras coisas que eu adorava naquela casa: o pequeno-almoço que era sempre leite com café e pão quentinho a chegar da padaria barrado com manteiga Mimosa, que eu fazia questão de ir buscar ao enorme frigorífico cinzento, o Kiko que era o coelho de estimação, as idas ao parque mesmo à beirinha da casa, as idas ao Zoo e à praia da Aguda, as compras no Maiashopping e no Jumbo, aquelas enormes superfícies que me fascinavam porque onde eu morava não havia, e tantas mas tantas outras coisas.
Depois fui crescendo, os meus primos também e já não ia passar tantas vezes as férias lá, até que, deixei mesmo de ir. Ainda vou lá de vez em quando, e ao entrar naquela casa da Ilha Graciosa, sinto o mesmo cheirinho que sentia há tanto tempo, há tantos anos atrás e sinto-me tão bem, tão confortada, sinto-me… como se estivesse em casa.
Tenho que lá voltar :)

1 comentário:

Isa disse...

Oh priminha linda!! Deixaste-me com um sorriso nos lábios, ao recordar esse tempos! Também nós adorávamos ter-te lá connosco. Sempre gostei de conviver com os meus priminhos de Creixomil e também não esqueço os dias aí passados.
Mas é muito engraçado e bom saber o que sentias nessa altura.
As portas estão sempre abertas para te receberem, se bem que já não seja tudo igual! LOL
Agora também tens as de minha casa e quando quiseres cá aparecer ou passar uns dias é só dizeres!!
Beijo enorme linda!!