Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a dúvida se instalar.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, mãos dadas e verbalização. Pactos. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na tua vida, que zela pela tua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão bem, que sugere caminhos para melhorar, que se coloca a postos para ouvir as tuas angústias e que te dá um abanão quando estiveres a precisar.
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que lhe contaste há um ano atrás, quando te dá alguma coisa sem motivo e sem estares à espera. Sentir-se amado é ver como ela fica triste quando estás triste e como sorri com delicadeza quando te diz que estás a exagerar. Sentir-se amado é saber que essa pessoa te perdoa e que não transforma a mágoa em punhais quando há discussões.
Sente-se amado aquele que se sente aceite, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existem assuntos proibidos, que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exactamente como é, sem ter que inventar uma personagem. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Nunca te disse, mas espero que tenhas sentido.
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